quinta-feira, 4 de junho de 2009

Crônica da Intuição II



Em termos de intuição, um sonho maluco pode fazer todo sentido. Um encontro desconfortável também. Um encontro daqueles que você vê sua ex-namorada de mãos dadas com alguém. Isso não é uma infeliz coincidência, acredite. Sua consciência precisa lhe passar algumas informações imprescindíveis ao seu crescimento e evolução, logo como um sopro ela lhe conduz até o local do encontro.

“A vida se manifesta em símbolos e é sábio aquele que em qualquer coisa pode ler outra”. Say Baba – Avatar Indiano.

Vários fatores como a crítica exagerada, o orgulho, a dissimulação, o descontrole no uso da palavra, o excesso de convicção, o apego abafam a voz da intuição. E a intuição no fundo, deseja apenas o seu bem estar. Não me lembro de alguém dizer: “tive uma intuição e quebrei a perna”.
Você pode ter embolado o cadaço do tênis, não parando para amarrá-lo, pode ter ouvido o grito da mamãe e pode ter negado todos esses fatores intuitivos, assumindo a convicção de pular o muro. Como eu já disse a intuição é muito sutil e precisa da sua sensibilidade. Os sonhos, encontros, sustos, podem machucar num primeiro momento, mas ninguém disse que crescer seria fácil. Alguém disse? Então não pule o muro com o cadaço desamarrado. Eu quebrei o braço assim.

Tudo bem, nesse tempo eu era um menino desobediente e cheio de convicções, mas ao longo do tempo percebi que quem desperta a intuição é aquela pessoa que procura crescer internamente, usando como ferramenta principal o desapego de tudo que já existe. É simplesmente aquele que acredita sem ver, confiando na própria evolução interna mesmo diante das circunstâncias mais desanimadoras.

A intuição é mágica, universal. Considera a realidade presente em cada instante, engloba todas conjunturas e coloca cada detalhe em seu devido lugar. Surge pronta e sem dúvidas: é ou não é. Vou ou não vou. Ninguém vai se assustar à toa, chorar, sorrir, ou se encantar à toa. A intuição traduz aquele ditado que a gente escuta desde criança: “tudo tem sua razão de ser”. Por mais doce ou doloroso que seja, a minha intuição diz que este ditado é perfeito. E a sua?


“Eu trocaria os números da Sena por um sonho intuitivo que me revelasse aquela tempestade, que no meio do caminho atravessou o número 447. Ás vezes “ele” escreve certo no caderno da vida, mas usa letras que ninguém consegue decifrar.

Ainda sim, intuitivamente sinto que os passageiros do vôo AIR FRANCE continuarão em algum lugar sua trajetória pois a nossa caminhada não tem fim e segue, se estende muito além do que os olhos podem ver....”

Aos parentes dos passageiros em pensamento segue meus sentimentos e consternação.

Bjota

2 comentários:

  1. Sensível, precisa e tocante. São adjetivos que podem qualificar a sua crônica. Mas acima de tudo eu diria: emocionante! Ela emociona porque tem verdade, usa metáforas real de uma vida onde a maioria não deixa a intuição aparecer. A referência sobre o Vôo 447 é perfeita! Acho que em algum lugar eles estão agradecendo a você. Parabéns. Eu chorei! Um beijo e muita luz. Flora Kruger.

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  2. Também gostei muito. Esse acidente, como todos os outros, nos mostra o quanto é importante estarmos com a nossa intuição afinada.

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