segunda-feira, 16 de março de 2009

Saber amar


Tantas pessoas talentosas, criativas, vividas, bem e mal amadas escreveram sobre o amor e ainda sim ninguém conseguiu chegar a um consenso. Talvez isso aconteça porque não exista um ponto em comum sobre este assunto. O amor é um sentimento universal, mas forma como você o sente é demasiadamente particular. É sua e ponto final. Alguns tem menos resistência para vivê-lo, outros o enxergam como um obstáculo quase intransponível. Em se tratando de amor é bem verdade que um pouco de cautela não faz mal a ninguém. Não precisa estufar o peito e se atirar ao sentimento como quem bebe uma garrafa de água no deserto africano. Assim você pode engasgar e a tosse que o amor deixa na garganta pode permanecer por tempo indeterminado impedindo você de dizer eu te amo. O ideal é não confundir cautela com medo. Porque o medo limita e impede que a gente avance, veja a realidade como ela é.

Freud, Drumond, Nietzsche, Lennon, Chico e Caetano não conseguiram decifrar o amor então não será este texto que vai atingir tal proeza. Nem eles, nem eu e você vamos conseguir. Aliás o melhor que temos a fazer é parar! Vamos parar de tentar decifrar o amor, porque o amor foi feito para ser vivido e nem tudo que a gente vive é compreendido. É necessário legenda pra saber que quando seu cachorro de estimação late e abana o rabo para você ele quer dizer: eu te amo? Amar é viver intensamente o sentimento, seja por quem for. É simples assim e gastar energia tentando entendê-lo é perda de tempo, é desperdício. Além do mais, desperdiçar qualquer coisa é politicamente incorreto hoje em dia.

Eu particularmente passei muito tempo com uma calculadora na cabeça, computando se com uma pitada de “gostar” e muito de “paixão” eu já estaria amando. E o resultado? Eu nunca acertei os cálculos! A matemática do amor não é exata. Pelo menos eu sempre compreendi que errar é humano, por isso digo: Permitam-se! Errem e acertem porque ninguém nasce sabendo como é que se faz. Se assim fosse, cada um de nós seria como Benjamin Button. Aquele mesmo que Brad Pitt interpretou no cinema. Todo mundo nasceria sabendo como se portar diante dos fatos. Mas a vida é muito maior do que o roteiro de um filme chato, previsível e sem direito a oscar algum.

Usar um tom confessional nos textos é sempre muito complicado, mas a vida não é simples e eu confesso: em matéria de amor eu errei muito. Muito mesmo! Com os desacertos aprendi muitas lições. Estou melhorando e evoluir é não cometer as mesmas falhas do passado, por isso desejo ardentemente que a vida me aplique outros e outros “testes”. Quem não quer uma segunda, terceira, quarta chance? E que fique claro: o objetivo não é acertar, o importante é dar o melhor de si porque não tenham dúvidas: amar é se despedir de qualquer certeza...
Fico acima de tudo com Herbert Vianna que escreveu:
“Saber amar, é saber deixar alguém te amar”

6 comentários:

  1. Quem passou pela vida em branca nuvem,
    E em placido repouso adormeceu;
    Quem não sentiu o frio da desgraça,
    Quem passou pela vida e não sofreu,
    Foi espectro de homem, não foi homem,
    Só passou pela vida, não viveu.

    Francisco Otaviano
    "amar é se despedir de qualquer certeza...", ou seja, cautela para evitar o sofrimento pode ser a mesma cautela para evitar a felicidade. Então, o que seria melhor: Doer, reerguer e amar denovo; ou a dor de nunca conhecer o amor na sua forma mais completa?

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  2. show!não é atoa que o Bruno é assim....misterioso e ao mesmo tempo tão aberto as experiências do amor...lindo!


    "Amor é o que se aprende no limite,
    depois de se arquivar toda a ciência
    herdada, ouvida. Amor começa tarde."

    Drummond

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  3. "AMOR" tenho tatuado no braço. O amor move o mundo não acham?

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  4. puxa vida, que amor de palavras, que profundidade de amor tens em seu peito para se expressar tao lindamente a respeito de amor...
    digo que li em voz alta, que li sorrindo, que vesti a carapuça e que ela bem serviu...
    ja amei muito, ja sofri por amor, continuo amando, continuo sofrendo por amor...mas nao troco amar e sofrer e amar e amar, por nao amar e nao viver...
    sabias palavras BJ, amei!

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  5. Vamos comentar né?! Tem partes lindas, mas defende idéias distintas ao mesmo tempo, isso o torna incoerente.

    No primeiro parágrafo vc diz:"Em se tratando de amor é bem verdade que um pouco de cautela não faz mal a ninguém. Não precisa estufar o peito e se atirar ao sentimento como quem bebe uma garrafa de água no deserto african", isto defende que não devemos nos entregar por completo pois assim evitamos sofrimento - ter cautela; no segunda parágrafo vc diz:" Amar é viver intensamente o sentimento, seja por quem for" - Essa frase contradiz o primeiro parágrafo que defende a cautela pq fala em se entregar completamente; no terceiro paragrafo vc novamente contradiz o parágrafo 1 ao defender que é dificil calcular o quanto devemos ou não nos entregar a um relacionamento pra não sofrer; e por ultimo vc diz: "amar é se despedir de qualquer certeza...".

    Vc iniciou com uma idéia e ela foi alterando ao longo dos parágrafos. Não fica claro qual é a sua idéia sobre o amor: racionalizar o sentimento para evitar o sofrer ou vivê-lo intensamente e se permitir sofrer?; é possivel ou não racionalizar e dar a medida certa?. Está confuso pq defende muito o racionalizar e muito o não racionalizar. É preciso se decidir.

    Beijos

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  6. Só mesmo o amor para despertar tantas controvérsias como essas apontadas pela Rachel. A mim me encanta o último parágrafo. Ele resume muito do que acredito sobre o amor.

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